'Bela Vingança' mostra que a decência nas relações entre sexos não é ideologia
Exemplo dessa dissolução era, por exemplo, a indústria pornográfica. Os filmes exploravam o corpo feminino e a dignidade da mulher ao encenar situações de abuso e violação para prazer dos homens. Que fazer?
Os "neocons" advogavam restrições no acesso a tais produtos. Era preciso um retorno às virtudes vitorianas de contenção e respeito.
Entendo as preocupações dos "neocons", mesmo discordando da terapia censória. E entendo as preocupações do movimento MeToo, que retomam esse diálogo.
Mas, cansado de trincheiras políticas, digo apenas que a decência nas relações entre sexos não é uma questão ideológica. É uma questão de civilidade. Um homem que trata uma mulher como lixo (ou vice-versa) dificilmente pode ser considerado um homem (ou uma mulher).
Aliás, se dúvidas houvesse, bastaria assistir a "Bela Vingança", primeira longa da diretora Emerald Fennell. É a história de Cassie (Carey Mulligan), uma promissora estudante de medicina que abandonou o curso depois de um acontecimento traumático na universidade com a sua melhor amiga, Nina. Leia mais (04/21/2021 - 17h51)